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Correr, saltar, subir em árvore, nadar, brincar das mais variadas formas é uma coisa natural na criança, certo? Infelizmente, nos dias atuais a resposta é não. Seja pela falta de espaços livres, pela violência ou pelo uso desenfreado das tecnologias, o certo é que estamos cada vez mais deixando de nos movimentar.

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade em crianças menores de cinco anos atingiu taxas preocupantes em países em desenvolvimento.

Com base no relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde), pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos são obesas ou estão acima do peso no mundo. No Brasil, a tendência também preocupa, com um terço das crianças acima do peso ou obesas, e mais da metade da população adulta do país.

A pouco tempo no Brasil tivemos dois megaeventos esportivos, a Copa do Mundo de futebol em 2012 e as Olimpíadas e Paraolimpíadas em 2016; falava-se muito sobre o legado que esses eventos poderiam trazer, no quesito infraestrutura e principalmente na massificação do esporte no país. Logo depois disso o MEC, Ministério de Educação e Cultura apresenta um projeto intitulado como a “reforma do ensino médio”, que entre vários pontos a serem discutidos coloca a Educação Física como disciplina optativa, depois voltou atrás dizendo que não era bem assim. 

Será verdade que a educação física é uma disciplina complementar menos importante que o português, matemática, história e geografia? Que a educação física é apenas um momento de brincadeiras, jogos e diversão? Será que essa disciplina não pode acrescentar em nada no desenvolvimento da criança e do adolescente?

Os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as diversas formas de ginástica estão presentes na nossa cultura. Influenciam o comportamento, transmitem valores, fazem parte do dia a dia das pessoas. A vivência dessas modalidades na escola possibilita ao aluno compreender, participar e modificar a realidade onde vive.

A educação física escolar é rica de informações motoras, sensoriais e culturais. É por meio dela que a criança entra no mundo dos jogos e dos esportes. Ela aprende a respeitar e valorizar o outro. Convive com regras. Descobre o significado da vitória e também da derrota. Desperta seu interesse pela vida saudável. Interage. Vivencia o trabalho em equipe. Pratica a liderança. Por meio da exploração motora a criança desenvolve consciência do mundo que a cerca e de si própria.

Segundo o doutor em Desenvolvimento Humano e Educação Especial, David Gallahue, “a escola é o único lugar em que nós podemos garantir que todas as crianças terão um tempo dedicado à instrução. E as aulas de educação física na escola são diferentes do simples ato de brincar no quintal de casa, pois são instrutivas. Ensinam como as crianças podem mover o corpo. É o único lugar onde elas são instruídas o tempo inteiro”.

Assim sendo, antes de pensar em arrumar um atestado médico para que seu filho não participe das aulas de educação física porque “não gosta”, tente explicar a ele a importância dessa disciplina, bem como os benefícios que ela transmite para a vida futura!


Rui Lino 
Professor de Educação Física do CSC



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