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Ter

A cada dia vemos mudanças naturais chegarem mais próximas de nós, em nosso lugar, quer em relação às condições atmosféricas que nos surpreendem com chuvas torrenciais, temperaturas extremas, secas extensas, deslizamentos, quer com a falta de energia, de água ou de algum recurso natural. Localmente essas alterações são mais visíveis e os efeitos de uma ação antrópica podem ser até comprovados. Em escala global essa comprovação gera debates, teorias diferentes e previsões futuras.

O certo é que vivemos um tempo de grandes preocupações com nosso planeta, onde nossas ações passam a ser relevantes para o equilíbrio local e o global, e para a nossa sobrevivência.

       Diante dessas constatações uma nova pergunta vem nos provocar:
       Como o homem do século XXI está sendo preparado para se relacionar com a natureza?

Esses questionamentos nos levam a repensar a educação. Educação que se inicia no seio da família, se estende na comunidade e na vida escolar. Repensar sobre a importância dos valores para que o “cuidado” com a Terra possa ser algo natural como ela mesma o é.
A Agenda XXI enfatiza a importância do ensino na formação de uma consciência e acrescenta também a coletividade como geradora de soluções. 

           (...) O ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do socioeconômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual), deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e informais e meios efetivos de comunicação (...)” (Agenda XXI, cap. 36, 2012).

Nesse contexto, a Educação Ambiental assume importante missão, uma vez que passa por ela a conscientização, a reflexão e ações para que a relação natureza e sociedade se concretize de forma que os impactos sejam amenizados.  Está também presente na construção de valores que permitirão ao indivíduo atitudes que demonstrem uma relação respeitosa com o outro, priorizando o ser ao ter e tendo por consequência um olhar diferenciado para com a natureza.
Na prática pedagógica muitos momentos nos aproximam de perto ao olhar diferenciado para com a natureza: conteúdos contextualizados, projetos integrando diferentes áreas, as saídas de estudo e o dia a dia com as questões relacionadas a atitudes perante o outro. Vivenciamos esses momentos no Colégio Santa Catarina, onde os valores de Paz e Bem são renovados constantemente. Com certeza, estão fazendo a diferença na formação do homem do século XXI.

Na  Encíclica “Laudato Si” o Papa Francisco discorre sobre “o cuidado da casa comum” e traz importante contribuição para o entendimento de uma “ecologia integral”, incluindo as dimensões humanas e sociais.
      “Muitas coisas devem reajustar o próprio rumo, mas antes de tudo é a humanidade que precisa mudar. Falta a consciência de uma origem comum, de uma recíproca pertença e de um futuro partilhado por todos. Essa consciência basilar permitiria o desenvolvimento de novas convicções, novas atitudes e novos estilos de vida. Surge, assim, um grande desafio cultural, espiritual e educativo que implicará longos processos de regeneração”.
Que a educação realizada por pais, comunidade e educadores possa dar sua contribuição para que a regeneração aconteça, onde o “cuidado” esteja presente em todas as relações a partir da natureza.

Maria Aparecida Moser
Professora de Geografia e Educadora Ambiental do CSC
 

 



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